sexta-feira, 25 de novembro de 2016

SINTO MUITO POR VOCÊ TER SENTIDO TÃO POUCO...

Faz tempo que quero te dizer, só que mais uma você não me ligou e eu tive que guardar para mim. Espero que aproveite o tempo em que seu telefone fica desligado e que lembre bem da sensação de saber que meus dedos digitam seu número, sem resposta, porque um dia será ao contrário. Sei que parece que eu sou incansável e continuarei abrindo infinitas portas até você estar atrás de alguma, mas admito que até mesmo eu estou me cansando dessas portas vazias.
Faz tempo que eu quero te dizer, só que você não respondeu minha mensagem outra vez, então tive que engolir e fingir que não estou perdendo as esperanças em você. Ando pisando em cacos e dizendo que não dói, colocando curativos por cima sem nem mesmo tirar os pedaços antes. Mas esconder tudo isso não está funcionando mais. Você gosta de saber que conseguiu me fazer chegar no limite?
Faz tempo que eu quero te dizer, mas quando comecei a falar você me interrompeu para me lembrar que eu faço tudo errado e que já está cansado dos meus discursos constantes. Mas como está cansado se nem ao menos me deixou começar a falar? Se ao menos parasse para ouvir de vez em quando, entenderia que atrás de mim está um enorme tapete com poeiras varridas, mas que já não tem mais espaço aqui. Já escondi o máximo que pude, poupei tudo o que consegui para não ter que te dizer, só que até minhas falsas aceitações de que está tudo bem, não me convencem mais.
Eu tive que trancar minha porta, pois sabia que se abrisse eu não iria me conter e iria atrás de você para te fazer me ouvir. Mas foi tanto tempo sozinha, encarando as paredes que comecei a me perguntar se você vale mesmo todo esse sufoco.
Faz tempo que eu quero te dizer, só que você me fez chorar antes mesmo de abrir a boca e engasgada assim não daria para te convencer de que nem tudo é sentimento em mim, mas que também há razão em querer que você se sinta como eu sinto. Porém, a emoção me abraça, já faz tanto tempo que estou guardando que já não sei mais como ser racional nisso.
Acontece que já te dei todos os sinais e mostrei diversas vezes que o amor não basta. Eu quis te avisar que minha morada nos seus braços pode não durar para sempre se você não souber me abraçar de volta, mas você não deixou. Você tinha tudo para me ouvir e entender o que se passa aqui, mas você preferiu se isolar e se agarrar a ideia de que eu já estava apegada demais para ir embora.
Faz tempo que eu quero te dizer, mas você me disse outra vez que estava ocupado e depois a gente conversava. Mas o depois nunca chegou e não deu mais para esperar o dia em que você fosse me olhar e realmente me ver.
Eu já não tenho mais tempo para te dizer. Te digo, então, que eu sinto muito por você ter sentido tão pouco e que dessa vez sou eu quem não vai estar atrás de porta alguma que você bater.
Eu já não tenho mais tempo algum. Tenho pressa em sair desse sufoco. Só posso terminar dizendo que eu sinto muito, só que dessa vez não sinto por mim, sinto muito por você.
(Desconheço autoria)
 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

NÃO INSISTA EM QUEM DESISTIU DE VOCÊ...

Infelizmente nem todo relacionamento é pra sempre. A minoria é. Os livros e os filmes só não costumam mostrar isso. Geralmente ilustram só a parte boa, onde sempre há um final feliz. A vida real é bem diferente, nem sempre é tão bonita. Os relacionamentos também. Eu não estou dizendo que você não terá um final feliz. Acredito mesmo que você terá. Mas no meio do caminho existirão curvas, pedras e vontade de desistir.
Não é só com você. Tenha certeza disso. Amores chegam, amores vão. Um dia a gente ganha, no outro a gente perde. Uma noite você desiste de alguém, na outra alguém desiste de você. é a vida. Por isso, não fique bravo comigo quando eu te disser que se seu relacionamento acabou, mesmo ainda existindo sentimento da sua parte, você deve aceitar isso e só. Eu sei que é difícil, mas quando você aprende a pensar dessa maneira, as coisas começam a ficar mais fáceis.
Claro que nada é definitivo. Mas nunca mendigue sentimentos a ninguém. Se você tem que convencer alguém a ficar, algo não está tão certo. Se você se vê listando motivos para a pessoa não desistir, algo está muito errado. Também não fique pensando que um dia vocês irão voltar e que é apenas uma questão de tempo até as coisas entre vocês se resolverem. Se alguém não demonstra claramente que quer você do lado, já passou da hora de você mudar de lado. Se alguém tem dúvidas sobre os sentimentos por você, o problema é todo desse alguém. Apenas respeite e se retire. Até porque, antes de tudo, você deve ter a certeza do amor que tem por você mesmo.
Não se iluda, não fantasie. Se um dia for dar certo, dará. Por enquanto, aceite, A-CA-BOU. Deu vontade de chorar? Chore. Quer gritar? Grite. Fique de pijama por uns dias, coma um pote de sorvete, escute músicas tristes e assista filmes de amor. Depois lava o rosto, respira fundo e comece a viver a "sua" vida. Só quem aprende a dar adeus às coisas boas do passado, está preparado para receber coisas ainda melhores no futuro.
Isso não significa que você deva fingir que nada aconteceu, sair para mil lugares como se não houvesse amanhã só pra fazer média e mostrar o quanto você está bem pros outros. Ocupe seu tempo, mas respeite o seu momento. Foque nas coisas que você realmente gosta e te fazem bem. O Importante é o que você sente, não o que o resto do mundo pensa. Calma, é devagar que as coisas vão dando certo.
Você merece um amor de verdade. E te garanto que ele não é assim. Amor de verdade não é feito de migalhas, costuma vir em excesso. Quando alguém realmente te quer, não existe nada tão grande que impeça isso. Há um jeito pra tudo. Se parece estar muito difícil, persistir é erro. Quanto mais você adia, mais doloroso fica. Muito pior do que reconhecer o fim, é continuar ao lado de alguém que já não está mais ao seu lado faz tempo.
às vezes dói, dói mesmo, dói pra caramba. Eu sei, já doeu em mim também. E um dia, certamente, irá doer de novo. Porém, aprendi que quanto mais a gente cutuca o machucado, mais ele demora para curar. Quando a gente aprende a conviver com a ferida e a deixa sossegada, logo percebe que a dor e o tamanho vão ficando cada vez menores... Ao final, resta uma pequena cicatriz, que fica pra te lembrar o quão forte você é e que mesmo que várias dessas consigam te derrubar, nem um milhão iguais poderão te fazer desistir.
(Jéssica Delalana)                                                                                                
                                      

terça-feira, 5 de abril de 2016

SOBRE ESTAR SOZINHO...

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo e assim por diante.
Uma ideia prática de sobrevivência e pouco romântica por sinal.A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficarem sozinhas e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.O ser humano é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
(Flávio Gikovate)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

FIZERAM A GENTE ACREDITAR...

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.
(Martha Medeiros)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

SIMPLESMENTE EU...


"Há alguns anos, um amigo disse que sou um mulherão difícil de encarar. 
Fiquei perplexa. Era a primeira de muitas dispensadas desse gênero que eu iria colecionar a partir dali.
Hoje esse comportamento já não me surpreende: acho graça, tenho preguiça e, de vez em quando, fico triste. Afinal, o que significa esse tal de “mulherão”?
Sou o que se chama de mulherona. Grande, gordinha e voluptuosa. Em sentido literal, não acho que tenha nada demais e poderia perfeitamente passar despercebida. Ainda assim, é fato que sou considerada uma mulher atraente. Isso torna alguns homens mais tímidos, mas não chega a coibir demonstrações de interesse.
Tem quem se jogue, tem quem fique rodeando, mas quem quer se aproximar se aproxima.
Se a coisa não é física, talvez seja intelectual. No entanto, ainda que sejamos mais difíceis de afrontar, não me parece que mulheres inteligentes correspondam a “mulherão” no imaginário do homem médio. Ao contrário, as inteligentes são nerds, chatas, barangas, histéricas... mas nada a temer. E o mulherão é algo temível.
Um enigma. Fisicamente sou “mulherona” e intelectualmente me alinho às feministas “mal-comidas”. No entanto, sempre aparece esse atemorizante, ameaçador, substantivo e masculino "mulherão" a espantar da minha cama aquele amigo e tantos outros. Acho que é esse o ponto: o que me torna atraente é também o que assusta.
Não sou nem de longe uma “mulher fálica”, não estou em disputa de poder com ninguém, mas sou uma mulher visivelmente empoderada. E isso significa bastante coisa.
Significa que estou confortável no meu corpo, não importa a forma que ele assuma e que há tempos fiz as pazes com a minha sexualidade. Significa que gosto de sexo e não vejo problema algum em gostar, que sei muito bem do que meu corpo é capaz e também sei que meu prazer depende basicamente de mim. 

Querendo ou não, isso transparece (ou “exala”, como muitos dizem), é o tal do sex appeal. 
De fato, sou bastante segura e disponível para sexo e amizade. Sexo consensual, com respeito, sem intriga e sem posse. Com amor ou sem amor – mas com humor.
Tomei posse do meu corpo, estou à vontade nele, e o resto não era para ser problema meu. Só que é. Porque a maior parte dos homens corre dessa mulher que eles tanto dizem desejar. Porque o machismo afeta todo mundo, castra mulheres e homens e porque, no caso deles, deve ser muito desgastante viver com a própria masculinidade sempre sob ameaça "

(Desconheço autoria)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

QUE ERA EU - DANIEL

Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir

"Que eu seja capaz de enxergar a vida como o milagre que ela é.
Que eu perceba as maneiras que Deus tem - todos os dias - de mostrar que viver vale o risco, quando se tem algo em que se acredita; que os sonhos valem a pena e que ser positivo (re)compensa.
Que eu seja inventiva ao ponto de conseguir criar uma oportunidade a cada adversidade que surgir pelo caminho.
Que eu tenha a disposição para compreender, que algumas coisas não foram feitas para durar.

E que a vida, quando as leva, fica leve. E que o tempo mostra - vez ou outra - que certas coisas não são perda, castigo ou defeito mas, sim Deus livrando da maldade de quem não sabe amar."

Gabriela Castro

SOU UM QUEIJO GORGONZOLA...

Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto.
No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora...
E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. 
Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora...

Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia. 
O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta.

Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. 
É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa.
É um queijo podre de chique...
Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria.
O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.
Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola.
Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria.
Estou me tornando uma iguaria.
Com vinho tinto sou deliciosa.
Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados.
Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso.
Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola.


(Maitê Proença)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MULHER BOAZINHA...

Qual o elogio que uma mulher adora receber?

Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos:
mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação,
e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,
da sua aura de mistério, de como ela tem classe:
ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua
perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock. 
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um
desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.


(Martha Medeiros)

AMADURECIMENTO...

Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta
de você.
A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando - a vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar.
Mas uma coisa parece estar sempre presente.
A busca pela felicidade com o amor da sua vida.
Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?
E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele (a)"? Como diz o meu pai:
"nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era.
Cada namorado era o novo homem da sua vida.
Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua de mel e, de repente PLAFT!
Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo".
Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.
Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva.
Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite.
Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short camiseta e chinelo.
A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal, que nos complete e vice-versa.
Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos a luta e haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira.
Sem falar na diversidade que vai do Forró ao Beatles.
Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som.
Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele cara que você gosta (ou acha que gosta), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!!!!

(Mário Quintana)

O GRANDE AMOR...

                                                             O grande amor nada tem a ver com grandes momentos ou coisas extraordinárias vividas juntas..
Nada tem a ver com loucas paixões que queimam e viram cinza algum tempo depois. O "não sei viver sem você" não conhece nada do grande amor, porque as pessoas sempre sobrevivem às decepções amorosas e serão capazes de se entregar ainda e ainda ao fogo do amor, se ele chega.
Quem fica esperando o grande amor e acha que o encontrou cada vez que consegue dizer "te amo" a outra pessoa e que pensa que aquilo vai durar para o resto da vida, acaba se decepcionando. 
Porque amores vêm e vão. 
Amores chegam, enfeitam a vida por algum tempo, dão a idéia de infinito, de irreal, de coisa única e depois desaparece lentamente, como miragem quando se chega muito perto. 
Percebemos assim que as juras de amor eterno não conhecem nada de eternidade.
O grande amor não é aquele por quem se quer morrer por ele. 
Romeu e Julieta eram jovens demais e eternizaram a idéia de que para se ter um grande amor é necessário saber morrer por ele.
O grande amor, só se sabe que era ele depois. 
Depois de todos os amores que invadiram e fugiram, dos que enlouqueceram e dos que trouxeram a razão. 
O grande amor, só se reconhece olhando pra trás, nunca pra frente.
É aquele quando, se olhando pra trás e se somando todos os amores vividos, sabe-se reconhecer qual deles era a verdadeira essência, o que não ficou destruído mesmo depois que todos os sonhos se foram.
O grande amor é aquele que fica quando, anos depois, mesmo se conhecendo o outro de cor, sabendo adivinhar os pensamentos e mínimos gestos, mesmo não havendo mais mistérios, ainda se é capaz de olhar nos olhos do outro e dizer com serenidade: - Eu te amo!

(Letícia Thompson)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

ASSIM SOMOS NÓS...

Mulher não desiste, se cansa.

A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver.
A gente paga mesmo.
Paga caro, com juros e até parcelado.
Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem ‘E se’ ! A gente completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você.
Enquanto a gente enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, a gente parou de se importar, já era.
Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho!
E estamos numa relação, não numa sessão espírita.
A gente entende e respeita seu jeito, desde que você supra pelo menos o mínimo das nossas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina.
Vocês nem sempre sabem, mas além de peito e bunda, a gente tem sentimentos, quase sempre a flor da pele.
Somos damas, somos dramas, acostumem-se.
Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode!

Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver aguentar o tranco de conquistar corpo e alma, até o final.”
(Tati Bernardi )